Traduzido por Oswaldo P. Silva Filho
Uma
análise crítica do KR2
Neil
Bingham
Introdução
O
que vai escrito aqui é apenas o ponto de vista de um homem, muito embora o
autor tenha discutido estes temas com vários pilotos e construtores de KR.
O
resultado é a combinação de vários inputs, porém um tanto influenciados por
suas próprias opiniões , julgamentos, experiência (com N81NB) e análise crítica
de engenharia.
Para
informação adicional veja os artigos do autor, Engine Installation in a Sport
Plane, March 1986 Sport Aviation, e Lighter is Better, December 1986 Sport
Aviation.
A
razão de escrever este tratado é simples. O autor chegou a conclusão depois
de ler e/ou ouvir muitos reportes de vôo de que muitas vezes os fatos reais de
testes de vôo nunca aparecem. Como pode um homem se expor as críticas após
apenas 2 anos de trabalho árduo, mãos calejadas e uma carteira vazia? Seria
muito mais fácil agradecer sua esposa (se ele ainda tiver uma), Tia Matilde e
Tio João por sua ajuda e concluir dizendo:
Que
avião!
Ele
voa muito bem!
Mesmo
aqueles que querem ser objetivos e úteis e compartilhar seus mais profundos
pensamentos acham isto muito difícil e portanto raramente o fazem. Como alguém
explica que ele quase perdeu o avião porque suas habilidades de pilotagem num
pequeno e liso avião convencional (taildraggeer) não estavam lá estas coisas?
É simplesmente muito difícil admitir isso!
Muitos
anos atrás num laboratório de física de uma universidade, um estudante
instrutor ensinou ao autor uma verdade valiosa. Ele disse “Não há mentirosos
no laboratório. Pegue os dados da maneira que eles aconteceram. Talvez você não
seja capaz de interpretar os dados, nem seu professor. Mas se forem dados válidos,
alguém, algum dia vai lhe agradecer por isso”.
Conclusões
e Recomendações
Num
anúncio que apareceu na página 81 da edição de fevereiro de 1976 da Spor
Aviation, Ken Rand propagandeava seu KR2:
PESO
VAZIO |
420
LBS/190 KG |
PESO
MÁXIMO |
800
LBS/363 KG |
MOTOR |
VW
1600 |
CAP
COMBUSTIVEL |
12
GALS/45 LT |
VEL
MAXIMA |
150
MPH |
VEL
CRUZEIRO |
140
MPH |
ASSENTOS |
2,
LADO A LADO |
Se
todo construtor de KR-2 tivesse considerado estes números e construído seu avião
corretamente, não haveria KR-2 voando mal. E mais: haveria muito menos KR-2 com
pouco uso a venda. Mas não, nós não podemos fazer isso. Nós pegamos esta
verdadeira jóia de design, modifica aqui e ali, colocamos tudo menos o forno de
micro-ondas e terminamos com 640 lbs vazio (290 kg).
Então,
como ele tem 2 assentos, colocamos mais 77 kg de gente no banco da direita e com
45 litros de gasolina, saímos e tentamos voar por ai. Todos os tipos de coisas
acontecem. Primeiro que agora o peso total está em 509 KG, 39% acima do peso máximo.
Ele parece um pouco instável e parece não voar bem e temos dificuldade em
colocar ele no chão direito. Então dizemos: “Tenho que colocar mais
motor”. Adicionamos mais 11 a 14 kg no avião em função de um motor maior,
quando não é a potência bruta que faz uma aeronave voar bem, mas sim o design
aerodinâmico como um todo.
Há
muito poucos defeitos no design
original de Ken Rand. Os poucos macetes e ajustes ao projeto, alguns mais
subjetivos do que objetivos, ou seja: preferências pessoais.
Características
de vôo (flyability)
Vamos
começar com o que uma aeronave é feita para fazer: voar. Se ela não fizer
isso bem, é alguma coisa menos do que uma aeronave. Talvez uma pedra, foguete
ou porta. Todos vão voar, desde que com potência suficiente, se alguém
estiver disposto a assumir os riscos e as tarefas de gerenciamento do vôo.
É
verdade que é muito difícil construir um KR-2 de 190 KG. Mas é possível
construir um KR-2 de 204 KG e este deveria ser o objetivo.
Quando
se inferiu na introdução que o design aerodinâmico do KR-2 ano aceitaria mais
do que 363 de peso máximo , isto deve ser entendido como um parâmetro de
projeto, e como a maioria dos parâmetros de projeto há tolerâncias. Mas o
limite para estas tolerâncias não é infinito e raramente passam de 10%.
Se
fossemos aplicar a regra dos 10% sobre alguns números de Ken Rand, chegamos a
estes valores:
Peso Máximo: 363
KG x 1.1 = 399 kg
Agora
vamos pegar um cenário real usando este números. O KR do autor (N81NB) pesava
vazio 281 Kg quando certificado em Julho de 1985. Depois de uma drástica
‘operação cirúrgica’ durante o inverno de 1985, ele pode trazer o peso
vazio para 244 KG, que como a aeronave está hoje.
Ela
ainda está 41 quilos acima do peso máximo vazia, mas voa muitíssimo melhor.
De fato, com o peso anterior de 281 Kg com todos os 45 litros de combustível e
mais um passageiro, o avião estava muito acima do peso máximo e ele não voava
bem de jeito nenhum. Não apenas não voava bem: era totalmente instável e
insegura mesmo que o CG estivesse dentro dos limites do projeto.
Algumas
caronas foram dadas, mas não eram nunca encorajadas. O passageiro geralmente não
sentia que havia algo errado, mas o piloto sim. É fato verdade, que posso
garantir, de que se você construir ela muito pesada vai se desapontar pois a
aeronave não será aquele veiculo agradável que pode ser.
De
volta ao cenário real, veja como as coisas estão agora que estamos mais leves:
PESO
VAZIO |
539
LBS/244 KG |
COMBUSTIVEL
(53 lt) |
38
Kg |
PILOTO |
79
Kg |
TOTAL |
362
Kg |
O
peso vazio na realidade não significa nada pôr si só quando se fala de
características de vôo (flyability). É peso total carregado, em relação ao
peso máximo especificado pelo projetista, que temos que nos preocupar. (neste
caso 362 Kg X 363 Kg).
Continuando
o cenário real, em 6 de setembro de 1986, num fly-in local, o autor sobrevoou o
aeródromo e anotou os seguintes dados:
Temperatura
do ar: 29,4 C
Elevação
do Campo: 4330 pés ml
Peso
da aeronave: 362 Kg
Motor:
Limbach 80 Hp, L2000EO1
Hélice:
53x52 Warnke Constant Speed
Vento:
Calmo e variável
Cruzeiro
a 2950 rpm: 166 mph (true)
Velocidade
máxima a 3300 rpm: 186 mph, true
Numa
passagem baixa em alta velocidade, 20 pés sobre a pista, vindo de 1500 pés agl
a velocidade a 3500 rpm foi de 245 mph, true.
Agora
vamos examinar estes vôos e comparar os dados com aqueles do anuncio de Ken
Rand. Ele tinha um VW 1600, que dava no máximo 55 hp. No caso do autor, ele
voava com 80 hp, que produzia uma velocidade de cruzeiro 26 mph maior do que a
do Ken.
Note
que o autor estava voando com 1 Kg a menos do que o peso máximo recomendado por
Ken.
Os
vôos feitos pelo autor estavam dentro dos limites da aeronave e eram bem
gerenciáveis. Mesmo fumegando a 245 mph o KR era bem manobravel, o que serve
para introduzir o próximo tópico.
Carga
Alar
É
interessante examinar a carga alar de vários modelos populares:
Boeing
737: 80+ lbs/ft2
Beech
King Air: 30+ lbs/ft2
Glasair
RG: 22 lbs/ft2
Cessna
152: 12 lbs/ft2
KR-2
(a 363 Kg): 9.2 lbs/ft2
Onde
cometemos um grande equivoco é esperar que o KR-2 voe como um 737: ele
simplesmente não vai.
Hora
de uma opinião: a pessoa tem que examinar seu desejo de velocidade nestes
pequenos aviões e cotejar isto contra o numero de vezes que vai voar nestas
velocidades. Ma maioria das vezes ele vai se ver reduzindo sua potencia para
voar a 140-145 mph de cruzeiro para ficar numa zona de conforto para o ovo,
mesmo que tenha capacidade para voar a 165 mph. Isto é devido ao efeito
significativo mesmo das turbulências leves.
O
autor tentou passagens baixas acima de 200 mph naquilo que poderia ser
considerada turbulência leve e a experiência foi preocupante. Naquela
velocidade estava bem alto e nunca chegou perto da pista.
A
opinião é que 60 hp é suficiente para um KR-2 construído corretamente e
qualquer coisa acima de 80 hp é não somente uma besteira (foolish) mas
extremamente perigoso se cair em mãos erradas.
Se o construtor quer uma aeronave para levar mais de 140 Kg de gente a
velocidades superiores a 140 mph para viagens longas, ele deveria escolher outro
projeto. É simples assim.
Por
outro lado, se ele quiser um pequeno e útil avião que vai lhe desafiar a cada
vez que sair com ele, e fazer muitos vôos esportivos a custo baixo, ele fará
bem em escolher o KR. Ele ainda é a melhor relação custo-beneficio, mesmo
depois de 10 anos de seu lançamento.
Modificações
Possíveis
O
KR-2 é arisco! O autor afirmou varias vezes que o piloto médio de Piper ou
Cessna na certa vai bater uma ponta de asa, ou hélice (se não pior) se ele
tentar voar o KR pela primeira vez sem uma instrução concentrada em aeronave
convencional (taildragger). O controle mais sensível de todos é a arfagem (pitch).
Muitos, se não a maioria, dos pilotos de KR entram em dificuldade logo cedo com
isso, e muita ‘porpoising’ acontece. O avião é muito mais sensível que um
Cherokee ou C-152.
Para amenizar este
problema, quatro modificações podem ser feitas.
1.
Leve o conjunto de cauda mais para trás. O autor aumentou 34 cm. 61 cm
seriam ideais. Isto aumenta o momento (braço) da cauda em 17% e realmente
ajuda.
2.
Se estiver usando manche central, conforme os planos, um bom descansa-braço
deve ser colocado de modos a que o avião possa ser pilotado somente pela ação
do pulso. Se a instalação for me manche duplo, eles devem ser mais longos
quando possível e com formato que permita que o braço repouse confortavelmente
no colo do piloto. O KR definitivamente não é um Cub ou Champ, onde movimentos
largos do manche são necessários. É estimado que 95% das manobras em um KR são
feitas com não mais do que 2,5 cm de deslocamento do manche. Estois de 3o
tipo e pousos de 3 pontos são a exceção.
3.
Estreite a fuselagem. Sim, você ouviu certo. Se houvesse uma ‘próxima
vez’ o KR-2 do autor seria um KR e ponto. Teria um assento, manche central e a
largura da fuselagem seria mantida a mesma desde a parede corta fogo (firewall)
até o compartimento de bagagem e dali afinando até a cauda. A largura seria de
mais ou menos 76 cm, mais que suficiente para um piloto de 90 Kg.. Este seria um
piloto feliz, pois nunca se preocuparia em ultrapassar o peso máximo, bater a
cabeça no canopy padrão em turbulência (ele estaria sempre abaixo dos 363 Kg
originais de Ken, se ele construísse corretamente)
4.
Uma modificação adicional que era mencionada por Ken era o
balanceamento do profundor e leme da mesma maneira que os ailerons. De fato ele
afirmava que a Vne de 200 mph era para os casos em que a cauda não estava
balanceada.
Nota:
Enquanto
estamos neste ponto vamos mencionar algo sobre um assunto que vamos abordar mais
tarde: peso e balanceamento. Ao aumentar o comprimento da fuselagem se coloca o
peso da cauda (mais o peso dos materiais adicionais) mais longe da CMA (corda
media aerodinâmica) e move o CG mais para trás. Isto tem um efeito pronunciado
porque o braço é grande. Talvez alguns construtores tenham que colocar peso na
cauda para trazer o CG para o local correto, então esta modificação pode ajudá-los.
Do contraio terão que mover o motor um pouco para a frente a fim de colocar o
CG no lugar apropriado.
Alguns
tem voado seus KR acima dos 200mph sem balanceamento de profundor e leme, mas
isso é flertar com o desastre. O flutter é um fenômeno aerodinâmico,
disparado por forças complexas. É possível que ninguém que esteja vivo saiba
exatamente em que medida as superfícies de controle de seu KR entrara em
flutter (ressonância). O que é sabido, entretanto, é que uma pessoa só tem 3
segundos até a desintegração das superfícies de controle e que o
balanceamento acurado leva os pontos de ressonância bem para fora de um
envelope de ovo razoável.
Ao
longo dos anos, o autor tem visto alguns aviões que voam mal, alguns ‘Wichita
Spam Cans’ e alguns homebuilts. Destes, nenhum tem as características de
instabilidade daqueles onde as regras de peso e balanceamento foram ignoradas ou
quebradas.
Em
termos simples, há um ‘envelope’ ou range sob o qual todas as configurações
de carga de CG devem cair. No caso do KR é de 4 polegadas à frente da superfície
traseira da longarina principal, até 4 polegadas para trás desta superfície,
ou um ‘passeio’ total de 8 polegadas.
(N
do T: o manual construtivo do KR explica detalhadamente esta parte)
A
medida que a aeronave se aproxima do limite dianteiro do envelope, ela se
tornara mais e mais estável em arfagem (pitch). Será requerido mais e mais
compensar o profundor (trim pitch) para se conseguir ovo nivelado ‘hands
off’ . A medida que se aproxima do limite traseiro do envelope a aeronave se
torna cada vez mais instável em arfagem (less pitch stable) e mais sensível a
movimentos do profundor. Menos incidência de compensador são requeridas para
se conseguir ovo nivelado ‘hands off’. Alguns pilotos gostam de voar com o
CG da aeronave na porção traseira do envelope dizendo que podem voar mais rápido
a uma determinada potência porque a aeronave estará incorrendo em menos
arrasto.
O
autor gostaria de falar um pouco sobre o passeio de 8 polegadas do CG do KR-2.
Ele acredita que se aproximar da porção traseira do envelope somente vai
garantir que teremos um KR instável.
Pior: numa situação de estol de decolagem ou de aproximação um parafuso
chato é provável que se desenvolva rapidamente e a recuperação não seria fácil,
senão impossível.
O
autor nunca colocaria seu KR num parafuso proposital, mas nunca, pela mesma
moeda, carregaria seu KR de modos a que o CG ficasse a mais de 2 polegadas para
trás da superfície traseira da longarina principal. Isto já foi tentado alem
destes limites com resultados pouco prazerosos. Uma instabilidade geral acontece
quando o CG está naquela região.
A
resposta? Considere definir o envelope do CG como tendo um passeio de apenas 6
polegadas e desconsidere as ultimas 2 polegadas do envelope original.
Como
discutido antes, na opinião do autor, o limite do peso máximo do KR-2 deveria
ser de 363 Kg. Sendo possível construir dentro da meta de 204 Kg, limitando a
capacidade de combustível em 45 litros, então seria possível esta ser uma
aeronave para 2 pessoas. Mas em nenhuma hipótese se poderia levar mais do que
136 no cockpit. Ken Rand era magro, pesando, diziam, 61 Kg. Dizem também que
seu KR pesava apenas 204 Kg e ele tinha um tanque de 45 litros. Ele dava muitas
caronas.
Siga este cenário:
Digamos
que ele tivesse 34 litros de combustível, quantidade suficiente para voar
bastante a um consumo de 11 litros/hora. Digamos também que ele desse carona
para um passageiro ‘padrão’ de 77 Kg (sem bagagem):
PESO
VAZIO |
450
LBS/204 KG |
COMBUSTIVEL |
24
KILOS |
PILOTO |
61
KG |
PASSAGEIRO |
77
KG |
TOTAL |
366
KG |
Mas
porque o peso máximo final publicado por Ken acabou ficando em 408 Kg?
Aparentemente, numa situação próxima ao nível do mar onde o ar é denso, os
408 Kg não apresentavam problema. Então este se tornou o número publicado. Na
minha opinião, no entanto, 366 Kg é um bom número para a minha altitude. A
elevação do meu campo é de 4222 pés e o meu envelope operacional típico é
de 5800 a 10500 pés ml. Ocasionalmente vamos a 12000 pés apenas para
ultrapassar uma montanha.
Um
comentário final sobre peso e balanceamento: sempre mantenha as longarinas
superiores da fuselagem bem nivelados quando estiver fazendo as medições para
determinar o CG da aeronave. Caso contrário não se conseguirá um número
correto. Isto tem um efeito significativo sobre onde cairá o CG e, a final, é
a atitude de vôo nivelado que estamos querendo simular.
E
também, quando balancear seu KR, faça isto com o motor no lugar. Ou seja:
construa todo o avião, incluindo pintura, antes de colocar o motor. Então você
saberá o quanto esta parte pesa e onde está seu CG, você pode determinar o
peso e o CG do motor, acessórios, hélice, cubo de hélice, spinner e tudo o
mais que vai sobre o motor, e então posicionar o motor na posição adequada
para trazer o CG da aeronave vazia exatamente onde você desejar. A posição de
controle do CG é aquela com seu piloto mais leve, sem passageiro nem bagagem e
tanques cheios de combustível. Este CG deve cair exatamente no limite dianteiro
de seu envelope de CG, ou seja, 4 polegadas a frente da superfície traseira da
longarina principal.
Considerando
que seu peso vazio esteja próximo de 204 Kg e que você nunca excedeu o limite
de peso máximo de 363 Kg, e todo o resto estando feito de acordo, você terá
uma aeronave muito agradável de se voar.
A
ultima coisa a se construir seguindo este procedimento é o berço do motor. Não
tenha receio de construir seu próprio berço do motor. Pegue a configuração básica
mostrada nas plantas, ache um construtor de ‘tubo e tela’ com uma solda tipo
Heliarc e peça para ele soldar uma peça que atenda as dimensões. Faça o berço
com o aço 4130 especificado de 5/8 de diâmetro X parede de 0,049 que ele ficará
forte o suficiente, mesmo que seja 3 polegadas mais longo. Com estes tubos o berço
estará superdimensionado, mas este tipo é utilizado porque é bem mais fácil
de soldar do que os tubos finos.
Estabilidade
no solo
Em
alguns reportes de vôo, o autor tem visto KR’s pilonando, ou sendo girados
pelo despejo de outra aeronave. É verdade que o KR tem muito pouco peso na
cauda (como poderia ser diferente com aquela bequilha tão miúda?). De fato, a
cauda do N81NB sobe regularmente quando testado para máxima RPM estática. Isto
é verdade devido posição das rodas na posição ‘em baixo’ em relação
ao CG. Pelo projeto, a posição das rodas é perto do limite dianteiro do
envelope do CG. Se as rodas estivessem posicionadas mais para a frente, o que
reduziria a tendência de pilonagem quando a freada for forte, haveria uma tendência
de a cauda girar para a frente (cavalo de pau) durante a transição de taxi
para vôo e de vôo para taxi. Isto é devido à concentração de massa em
torno da posição das rodas. Isto seria mais notado na presença de ventos de
través. Um fator contribuinte é a falta de autoridade do leme em velocidades
baixas.
Da
maneira que está o KR é bem fácil de decolar e pousar em teremos de
estabilidade lateral (yaw). De longe, a arfagem é a mais difícil de controlar
devido à alta sensibilidade.
Motores
Não
é difícil escolher um motor, como uma vez o autor chegou a pensar. Isso era
quando ele achava que 60 Hp não eram suficientes. Provavelmente a melhor
escolha, a partir de um ponto de vista das experiências reais, seria um dos
modelos de Steve Bennet da Great Plains Aircraft. O autor e seu colega
engenheiro mecânico Kris Bowers planejam instalar uma destas unidades de 60 Hp
no N81NB.
Esquema
elétrico
Esqueça-os.
Se você quiser, é possível construir um KR2 de 204 Kg por USD 5.000. Feito
corretamente, ele vai voar bem e custar pouco, que você vai pensar porque quase
ninguém faz desta maneira. Claro, vai ser sem motor de arranque, totalmente VFR,
mas isso é o que ela é de qualquer maneira. Nos somente entramos em problema
quando queremos que ela faça algo que não foi projetada para fazer.
Se você ‘fizer questão’ de instalar motor de arranque, faróis, estrobos, vários rádios, etc, veja abaixo mais ou menos onde você está entrando:
Item |
Peso |
Custo |
Luzes/Estrobo |
2,7
kg |
USD
450 |
Nav/Com |
2,7
kg |
USD
2600 |
Transponder |
2,2
kg |
USD
1300 |
Interruptores/Fusiv. |
2,7
kg |
USD
75 |
Bateria |
4
kg |
USD
50 |
Alternador |
4
kg |
USD
150 |
Motor
de Partida |
6,8
kg |
USD
90 |
Total Geral |
25,1 kg |
USD 4715 |
Agora
seu KR custa o dobro e é provavelmente uma aeronave monoposto, a menos que o
passageiro seja muito pequeno.
Claro
que sem motor de partida o giro da hélice tem que ser manual. Mas isto é um
grande problema? O autor não pensa assim. Claro que o autor foi criado num
tempo em que coisas como encanamento embutido na parede eram artigos de luxo.
Mas às vezes ele se pega pensando como ele sobreviveu todo este tempo sem motor
de partida (muito bem, se você quer saber!).
Não obstante,
veja como isto é feito no Limbach:
Passo
1: Coloque os calços (amarrados por um pedaço de corda), na frente das rodas
principais.
Passo
2: Depois do cheque pré-vôo de a volta na asa e abra o canopy de modos que você
possa alcançar o painel de instrumentos
Passo
3: Com a seletora de magneto em OFF e acelerador a ¾ de polegada, de 3 ou 4
voltas na hélice. Se o dia estiver frio, puxe o afogador e de três voltas.
Passo
4: Feche o acelerador totalmente e feche o afogador.
Passo
5: Ligue a chave do magneto.
Passo
6: Com o pé direito sobre o calço da roda esquerda e o joelho direito sobre o
bordo de ataque da asa, grite ‘livre’ e puxe a hélice com força com a mão
esquerda, levando a mão para trás num único movimento a fim de livrar o arco
da hélice. N81NB geralmente pega na primeira.
Passo
7: Se a marcha lenta está regulada para 650 rpm, o avião não se moverá. Tire
os calços de a volta pela asa esquerda e suba a bordo.
Nota final:
Bom,
é isso. Se você ainda não adivinhou, o autor se diverte mais com seu pequeno
KR de maneira regular do que seria moralmente correto para um senhor de cabelos
grisalhos passando dos 60. Mas, como dito antes, feito adequadamente este
pequeno avião vai lhe surpreender todas as vezes em que você sair com ele.
Tente
isso alguma vez: se você quiser se manter jovem numa tarde quente de verão,
quando o ar esta bem calmo, e toda a turma está na porta do hangar do seu
pequeno aeroporto, decole e dê umas volta para aquecer o óleo, ficar confortável
e bem no controle de tudo. Faça a volta 200 pés acima da altitude de tráfego.
Enquanto estiver na perna do vento (se certifique que você tem espaço de
sobra), chame pelo rádio e anuncie uma passagem baixa para dar uma boa olhada
na biruta. Gire a aeronave numa curva de 60o para uma base e final
curta. Abra o acelerador e mire no numero da pista. Quando você nivelar a
aeronave a 20 pés sobre a pista, passando a 245 mph, pergunte para você mesmo,
“Estamos nos divertindo agora?”
Neil
Bingham