Por Maurício Impelizieri / Eduardo Hilton
Este esquema foi uma colaboração do associado Maurício
Impelizieri ( No
ABRAEX 186 ).
Ele estará se utilizando deste em seu novo projeto,
um belíssimo tandem parecido com o Legend americano, e que assim como os demais projetos seus, é de extremo bom
gosto, conforme nos foi mostrado atravéz de fotos e desenhos do avião com a
construção bastante adiantada, na
IV Conveção Anual da ABRAEX ( IV CAA ), na Aeroesport deste ano.
Nele o Maurício está
utilizando platinados, mas que para outros projetos com sensor de captação, da
ignição eletrónica, o esquema também pode ser utilizado.
A peça chave neste esquema, é o seletor de bobinas,
que permite que duas bobinas possam funcionar juntas no mesmo sistema. No caso
do sistema acima, funciona uma bobina de cada vez. No entanto, com uma chave a
mais, é possível fazer funcionar as duas ao mesmo tempo, sendo que o único
senão fica por conta de não ser possível saber quando um dos sistemas entra
em pane. Como o sistema possui apenas uma vela por cilindro, dificilmente se
saberá quando um deles entrou entrou em pane. Por isso, é imprescindível o
cheque antes da decolagem de ambos os sistemas, e para isso, usa-se a chave
seletora de bobina.
No caso do esquema acima, existe também a
necessidade de cheque, com a finalidade de verificar a operacionalidade do
sistema. Neste caso, na ocorrência de
pane em um dos sistemas, é preciso que se mude rapidamente a chave seletora de
bobina, de forma a trazer o motor a normalidade. A chave seletora de bobina,
seleciona a bobina 1 ou 2, e também o platinado 1 ou 2.
A resistência Ballast, que existe no esquema, é uma
necessidade das atuais bobinas, pois esta resistência faz com que as bobinas
trabalhem em tensões inferiores a 12 volts, que traz consigo um grande benefício,
uma partida mais fácil, desde que se faça a ligação correta com o motor de
arranque.
Nas bobinas atuais de alta potência , 40.000 ou mais
volts, a resistência Ballast é mais conhecida como Fio Resistivo. Esta tensão
de aproximadamente 40.000 volts, só é conseguida através do sistema de ignição
eletrónica. Com platinados, consegue-se aproximadamente 26.000 volts
utilizando-se Bobinas tipo KW.
Este sistema possui também uma bateria de reserva,
uma vez que o motor que utiliza este sistema não usa magneto.
Repare que para tornar possível a utilização de
duas baterias no sistema, além da chave seletora de baterias, é preciso
utilizar um Diodo para a isolação da bateria auxiliar.
Este diodo, permite que a bateria principal alimente
a bateria auxiliar, de forma a mantê-la sempre com carga. No caso da bateria
principal ficar sem carga, ou pane no sistema principal, a bateria auxiliar
estará isolada do sistema através deste diodo, ou seja, não passará carga da
auxiliar para a principal, uma vez que o Diodo só permite passagem de corrente
em um sentido, e no caso, da principal para a auxiliar, e não ao contrário.
Em caso de pane no sistema principal, basta
selecionar na chave seletora, a bateria auxiliar, e todo o sistema funcionará
isolado de toda a parte elétrica da aeronave.
Este sistema é muito bom e pode perfeitamente ser
utilizado por todos aqueles que pretendem se utilizar de motores automotivos,
sem a necessidade de se usar duas velas por cilindro. Quem já voou em motores
aeronáuticos com duas velas, se já teve pane de vela, e acompanhou a verificação
para saber qual a vela que deu problema, deve ter visto que a vela danificada
foi a inferior. Normalmente é esta que estraga, pois o chumbo tetra-etila forma
uma pequena bola de material residual que fecha o curto com o eletrodo da vela,
pois por esta estar localizada na parte de baixo do cilindro, este resíduo se
desloca normalmente para o ponto onde se encontra esta vela, e por isso ela
deixa de funcionar. No caso dos motores automotivos, a vela se encontra no
centro do cilindro, ou na parte de cima deste, longe portanto do ponto onde iria
parar os resíduos provenientes do chumbo tetra-etila. Fora este fato, no caso
de se utilizar gasolina automotiva, este chumbo é substituido pelo álcool, que
não deixa os mesmos resíduos.
Outro motivo é pelo simples fato que, na média, uma
vela, quando em um automóvel, tem uma vida útil de mais de 40.000 Km, ou seja,
com esta quilometragem, os fabricantes de veículos recomendam trocar as velas,
no entanto se deixá-la funcionando direto, este valor é em muito ultrapassado,
desde que a folga do eletrodo seja acertada corretamente.
Por tudo isso, este esquema deve ser bem guardado
para ser aproveitado na hora certa.
O dispositivo que está acima e que permite utilizar
duas bobinas em uma só vela ao mesmo tempo é mostrado onde é possível
encontrá-lo.