PÁRA-QUEDAS BALÍSTICO, UMA SEGUNDA CHANCE

Por Eduardo Hilton

Na edição 112 da Revista Aero Magazine saiu uma publicação que a empresa alemã, a OMF, irá equipar seus modelos Symphony de 2 e 4 lugares com pára-quedas balísticos da marca BRS. Esta é a segunda empresa homologada que optará por este equipamento, a primeira é a Cirrus, com os modelos SR-20 e SR-22. 

A BRS, tem falado que até o ano de 1996 ( 7 anos atrás ) já haviam sido salvas 153 vidas com a utilização do pára-quedas balístico. No mundo este equipamento surgiu apenas para ser utilizado pelos experimentais. Sua eficiência foi tão boa, que atualmente já foram desenvolvidos equipamentos homologados para a aviação homologada. Rans, Quicksilver, RV-6, KR-2S, Ultraleves dos mais variados modelos, experimentais mais pesados, e até mesmo Cessna 150, Skylane e Skyhawk, são algumas das aeronaves que já se encontram voando com este equipamento. 

O primeiro Cirrus SR-20 equipado com o pára-quedas balístico, teve a oportunidade de checar a sua eficiência em uma viagem com 4 pessoas a bordo. Houve um pane, e o piloto e propritário foi obrigado a acionar o pára-quedas balístico. Sendo este o primeiro relato de sua utilização em uma aeronave homologada. O resultado final não poderia ter sido melhor, os 4 ocupantes saíram totalmente ilesos, e com poucos danos a aeronave. Isso mostrou a quão acertada foi a colocação de tal equipamento na linha de produção, e mais, com certeza, o proprietário deste primeiro Cirrus acidentado, está consciente que o gasto a mais por este equipamento, teve um preço ínfimo, tendo em vista ter-lhe salvo a vida.

Para um experimental de 600 kg e 150 mph, o preço do pára-quedas balístico, fica por volta dos U$ 4000,00. Um futuro comprador, pode até achar caro este valor, porém com certeza, se for necessário a sua utilização, o valor será considerado irrisório.

Por isso, o pára-quedas balístico, deveria ser tão indispensável como as asas de um avião; SE VAI VOAR, TEM QUE TER. A aviação experimental, quando comparada com a homologada, é muito mais susceptível a panes. Desta forma, o pára-quedas poderia ser um equilibrador de forças. Um bom monomotor homologado hoje, sai por volta dos U$ 300.000,00. Com a metade deste dinheiro é possível se adquirir um bom experimental também. A diferença entre um e outro, reside na qualificação de suas peças e sistemas. Se acrescer U$ 15000,00 para a colocação de um pára-quedas balístico homologado, ainda sobraria de vantagem U$ 135.000,00, e com isso com certeza a confiança de todos na aeronave experimental seria maior.

Aeronaves experimentais com carga alar superior a 80 quilos por metro quadrado, deveria ter o pára-quedas balístico como um de seus equipamentos padrão, uma vez que para esta carga alar, o pouso bem sucedido em terreno irregular é bastante improvável.

O uso deste equipamento, não deveria ser obrigatório por lei, mas pela nossa consciência. Infelizmente, assim como o cinto de segurança, acredito que isso acabará acontecendo, mais cedo ou mais tarde. Logo a produção destes equipamentos atingirão altos valores de peças produzidas, e ai com certeza os preços também cairão, e muito mais gente poderá fazer uso deles.

O PÁRA-QUEDAS BALÍSTICO É UM ITEM QUE DEVERIA SER TIDO COMO OBRIGATÓRIO PARA TODOS OS CONSTRUTORES, E QUE QUEM AINDA NÃO TEM, DEVERIA PENSAR SERIAMENTE NESTA POSSIBILIDADE.

Seguem abaixo, fotos do Cirrus SR-20 utilizando este equipamento, e a forma de montá-los em um avião tipo KR-2S. A fábrica BRS, orienta todo e comprador sobre a melhor forma de montar este equipamento em uma aeronave. Ela possui um grande leque de opções para os mais diversos modelos, fornecendo dicas para cada caso, e estuda soluções para casos onde não tenha tido experiência.