DROOP

Usado no KR-EH o droop tem sido uma dúvida constante, de muitos construtores, pois é um artifício pouco conhecido fora dos meios da engenharia aeronáutica, no entanto é extremamente benéfico em termos de segurança. Um dos primeiros experimentais rápidos a se valer deste artifício foi o QUESTAIR VENTURE. Esta aeronave, possuia um grande alongamente, (grande envergadura e pouca corda de asa ), e ocorria que o estol em várias situações estavam ocorrendo na ponta da asa, o que provocava a entrada inadvertida em parafuso. A ponta da asa começava a estolar com 12 graus. Optaram estudar o Stall Strip na raiz da asa, o que fazia a raiz estolar também com 10 graus. Entretanto a ponta da asa tinha uma progressão mais violenta, ocasionando o estol de ponta de asa em alguns casos. Para resolver este problema, optaram por usar o Droop. Desta forma a ponta de asa só começaria a estolar aos 19 graus, ao passo que a raiz da fuselagem, estaria estolando aos 12 graus. Com isso, o estol se dava com um leve afundamento da fuselagem, tornando a aeronave segura praticamente sem chances de estol de ponta de asa, e conseqüentemente impossibilitando a entrada inadvertida em parafuso. Isso tudo foi ensaiado em túnel de vento. Para melhorar ainda mais foi adicionado um slot ao lado do DROOP. Veja as figuras que seguem.

 

Mais tarde, 2 aviões experimentais, ao fazerem sua homologação simplificada, o Cirrus SR-20 e o Lancair Colúmbia, foram "aconselhados" pelos orgãos de homologação a se utilizarem deste artifício aerodinâmico, o DROOP. Com isso, estas aeronaves teriam um excelente controle a baixa velocidade e dificilmente entrariam em parafuso, reduzindo drasticamente a possibilidade de perda de controle a baixa altura, quando em pane do motor.

Normalmente em vôo normal, a entrada em parafuso dificilmente ocorre, no entanto, estatisticamente, tem-se percebido, que durante panes no motor, a ocorrência da entrada inadvertida em parafuso tem sido constante. Diversos são os relatos de perda de controle a baixa altura, com sérios danos a aeronaves e seus ocupantes. Quando se fala em perda de controle a baixa altura, estamos falando de entrada em parafusa da aeronave, ou mesmo a aeronave podendo cair de "faca".

Dois fatos me vem a cabeça que ocorreram com colegas, porém não citarei os seus nomes, mas que ocorreram com sérias conseguências. A primeira, ocorreu durante um pane em um CAP-4, onde o piloto já com bastante experiência, estava tendo uns duplos em toque e arremetida em aeronave convencional. Junto a ele, estava um instrutor com mais de 1000 horas de vôo, e tido como experiente. O motor da aeronave parou, e quando isso aconteceu, o instrutor tomou para si os controles da aeronave, e iniciou o procedimento para descida. No entanto, ao tentar fazer uma curva, com pouca inclinação, a aeronave estolou e foi de asa para o chão. Neste caso os dois sobreviveram, apesar do piloto ter tido vários problemas de saúde, resultado dos ferimentos. Ao conversar com o piloto após o acidente, este informou, que a aeronave não deu sinal de que iria estolar e não estava com angulo de ataque acentuado. Ela simplesmente parou de voar e foi ao chão. 

O outro fato, se deu com uma pessoa bastante conhecida no meio, e que acabou falecendo. Segundo dizem, a aeronave entrou em parafuso e veio a se chocar com as árvores próximas. Cabe ai no entanto uma dúvida que muito tem " encucado " varios colegas. Como uma pessoa com tanta experiência teria deixado a aeronave entrar em parafuso. Ao seu lado estava também outro piloto, com bastante  experiência em planador. Muito provavelmente, este amigo, teria também sido pego de surpresa, a ver sua aeronave apenas deixar de voar e sair de seu controle, entrando em um parafuso inadvertido e sem recuperação.

Foi justamente para evitar estas surpresas, que conseguem pegar até os mais experientes, que o DROOP foi adotado nos KR-EH. Nas figuras abaixo, pode-se perceber o degrau existente no final da asa, mostrando o início do DROOP. Este degrau, em hipótese alguma deve ser retirado, ou arredondado, sob pena de perdem muito de sua eficiência. Nas fotos abaixo, pode-se ver o Cirrus e o Lancair se utilizando destes artifícios.