BUG
GLASPAC MODIFICADO
Por Eduardo Hilton
www.aviacaoexperimental.pro.br
Este
era originalmente um Bug Glaspac, com chassi original, porém como a maioria dos
Bug não possuía uma estrutura segura para o motorista e passageiro.
Desta forma algumas modificações foram feitas nele de forma a possuir
um “Santo Antônio”, barra de proteção para capotamento, que realmente
funcionasse e com uma espessura de tubo de 6 mm além de um chassi que
proporcionasse uma segurança lateral. Este barra está agora fixada em uma
estrutura segura, e que propicia mais segurança a quem dirige. A parte traseira
do chassi original, com barra de torção, número do chassi, e suporte da
suspenção, permanecem as mesmas. A primeira imagem é da primeira modificação,
com rodas aro 14 e pneus com câmara. Na segunda que segue logo abaixo, está
com rodas aro 15 para pneus sem câmara, para-lamas alargados para comportar as
rodas, faróis de led de muito boa qualidade, e uma capota de fibra que pode ser
removida.
A
parte que segue, mostra as modificações feitas. Como primeira etapa, foi
separada a carroçaria do chassi original.
Foi
então dimensionado um novo chassi, com o compromisso de segurança para o
condutor. Tudo em tubo quadrado de 40x40 mm, e 60 x 40 mm em alguns lugares. A
espessura do tubo de 2,5 mm.
Os
encaixes da suspenção dianteira foram feitos pela parte mais larga da suspenção,
e não pelo meio, o que resulta em uma estrutura mais sólida. Depois foi
determinada a posição do volante, de forma a esta apontar para o meio do peito
do motorista, ou seja, centralizada, bem como a pedaleira centralizada, e banco
em uma posição favorável. Para acertar corretamente esta medida, o chassi,
deve que ter sua distância entre eixos, aumentada em 100 mm em relação ao bug
original, mas ainda 200 mm menor que o chassi original VW. Outra preocupação
foi quanto ao encosto da cabeça do motorista e passageiro. Os bancos foram
aumentados, propiciando mais segurança no que se refere a impactos na traseiro
do veículo. Foram levantados também a parte da frente dos bancos, de forma a
deixar as pernas mais confortável e o dirigir mais suave.
Na
imagem que segue, pode-se ver a fixação da suspenção dianteiro pelas pontas
desta. Nas próximas imagens, pode ser a peça mais de perto.
A
carroçaria de fibra de vidro, foi totalmente recortada, de forma a poder aos
poucos se moldar na nova estrutura. A primeira parte a ser fixada foi à parte
dianteira. Ela vai ser articulada, e para isso foi usado um par de rolamentos na
frente, em uma barra soldada especialmente para esta finalidade, e que poderá
ser vista logo mais abaixo.
A
frente já está colocada e agora se estuda o posicionamento da parte traseira.
O Santo Antônio, ainda é o velho, mas um novo estava já sendo providenciado
com uma parede de 6 mm de espessura.
Na
imagem que segue, pode-se ver a barra soldada que permite a articulação da
frente da carroçaria. Pode-se ver também a travessa que serve para fixar a
barra da direção e também serve de barra para proteção em caso de
capotamento na dianteira. A linha que passa entre o barra de capotamento
traseira e dianteira, permite que a cabeça do condutor não toque no chão em
caso de capotamento.
Nesta
etapa, esta se colocando o poliuretano entre os tubos, e que depois será
laminado por cima, de forma a não aparecer à estrutura do chassi. Antes de
laminar sobre o poliuretano, deve-se passar uma camada de massa plástica que
evitará que com o tempo o poliuretano se esfarele.
Na
parte que segue já se pode visualizar a estrutura com fibra de vidro, já com
certo acabamento. Furação das lanternas, apoio do tanque, caixa de macaco e
triângulo, e ainda, em baixo do painel, uma caixa de ferramentas e para
pequenos objetos.
O
motor, câmbio e toda a suspenção, e inclusive a parte traseira do chassi
original, é fixado com 6 parafusos. Pode-se mover o motor e o conjunto completo
com as rodas, segurando apenas pelo escapamento do mesmo. Quatro apoios em forma
de “C” recebem o tubo onde se encontra a barra de torção. Nos ”C”
externo, estão duas capas que são parafusadas ao “C”, firmando o conjunto
neste local. Nas imagens que seguem, são mostrados os tubos. Os outros dois
parafusos pegam na base do amortecedor.
O
conjunto como está sendo mostrado na imagem que segue, é facilmente deslocado
por uma só pessoa, com o auxílio das rodas pegando o conjunto pelo
escapamento.
Esta
configuração permite que se faça o motor, trocando sua cilindrada por
exemplo, no local, bastando para isso, retirar as rodas para facilitar o serviço.
A manutenção fica muito fácil. No caso de troca do virabrequim, o motor tem
que ser retirado.
Feito
isso, pode-se colocar a parte traseira, que é removida com 2 parafusos na sua
articulação.
Vale salientar, que tanto a
lanterna traseira como a lanterna dianteira, possuem uma proteção em fibra de
vidro, contra a água jogada pelos pneus, com isso mesmo em dias de chuva, pouquíssima
água atinge as lanternas.
As 2
peças retangular que existem no para-choque dianteiro, são para poder usar a
barra de transporte, “towbar”,, cujo fixação do para-choque exigiu uma
modificação de forma a permitir o giro da frente total da carroçaria bem como
reforço para movimentos laterais, que ocorrem ao se rebocar o bug.
Posteriormente, por ter
dificuldades de comprar câmaras para este pneu, optei por mudar os aros e
pneus, usando uma medida de aro 15. Desta forma, os pneus agora já são sem câmaras.
No nosso mercado, não existe muita opção de roda, e percebi que as mesmas
ficariam 100 mm aproximadamente para fora dos para-lamas.
Como não gosto de andar irregular, optei por cortar os para-lamas e
alarga-los, conforme se vê nas imagens que seguem.
Pouca
massa plástica foi usada. Sempre que faltava material, preenchia com fibra de
vidro, evitando trincas no futuro. Depois foi aplicado o Gel Colt, o fundo e a
pintura.
Neste
bug, está instalado um sistema bem simples, que permite que na estrada eu
dirija usando uma alavanca ao lado do banco, um pequeno manche tipo usado em
alguns aviões. Nas imagens que seguem pode se ver como foi feito. Vale
salientar, que existe um sistema de arraste, que caso o manche trave em algum
lugar, se eu forçar o volante ele aciona normalmente a roda, fazendo deslizar a
haste do manche, ou seja, o volante sempre tem prioridade. E posso acoplar e
desacoplar a manche simplesmente puxando ou empurrando a alavanca em 10 mm.
Na
imagem que segue, pode se ver a alavanca desacoplada.
Nesta
próxima imagem, o sistema está acoplado e ao se mover a alavanca a roda se
move.
A próxima
imagem mostra uma parte da haste que vai para frente para acionar a coluna de
direção. Na barra de aço rebaixada e na braçadeira que fixa a barra ao tubo,
está o local onde ao se acionar o volante com um pouco mais de força, a barra
escorrega no tubo, permitindo que se a alavanca trave por qualquer motivo, o
volante pode ser acionado em função do escorregamento desta barra. O aperto
desta braçadeira regula esta carga. Um detalhe, é que esta barra e tubo são
zincados, (estão com uma tinta em cima da zincagem) para evitar ferrugem, e o
local do escorregamento está com graxa no seu contato, de forma que ela sempre
escorregue se a carga for maior que determinado valor.
Aqui a polia de baixo envia o
movimento para a coluna de direção, que vai para a caixa de direção. O
sistema que está na polia da parte de cima, permite que eu desacople totalmente
o sistema caso deseje.
Já
há algum tempo atrás fiz uma gaiola com motor passat, conforme pode ser visto
nas imagens que segue. Nesta gaiola, a manutenção não foi levada em conta, a
ainda hoje, quando tenho que fazer algum trabalho nela, pago meus pecados. Tendo
em vista isso, para o Bug procurei facilitar ao máximo a manutenção.
A
manutenção sempre foi uma preocupação na construção deste bug, aqui da
para ver como se pode acessar a parte elétrica atrás do painel. Ela fica
exposta ao se elevar a frente.
Veja que a pedaleira é
facilmente acessada.
O
mesmo vale para o tanque de combustível, que mesmo estando totalmente cheio,
pode-se levantar a frente sem que este vase.
Vale
salientar, que a alimentação passa pelo tubo que está abaixo do tanque, e que
ao abrir a frente este apenas torce, e desta forma pode suportar por anos, sem
ruptura do mesmo.
O
escapamento, a cada 2 anos eu tinha que trocá-lo, pois o perdia por causa da
ferrugem. Desta forma, optei por fazê-lo de inox. O inox ideal seria o 321, mas
não é facilmente encontrado por aqui e assim optei pelo 316L, com baixo
carbono, e com pouca chance de ocorrer a corrosão Inter granular na região
soldada. O desenho do escapamento, com as pontas saindo pelo lado, foi motivado
por uma carenagem que o motor possui. O desenho dele também permite que as válvulas
sejam facilmente acessadas em caso de regulagem, o volante do alternador fique
acessível, bem como a bomba de óleo. A manutenção foi levada em consideração.
O desenho do escapamento é no sistema cruzado. As pontas ficam dentro do
para-choque. Como ele ficou muito evidente, achei melhor colocar um abafador,
que eu mesmo fabriquei também. O escapamento foi feito partido de curvas
prontas.
A mola da imagem acima, é o que
mantem o escapamento unido, sem que haja trincas. Isso é usado em corridas e
alguns aviões.
A imagem que segue, é mostrado o
bug pronto mas ainda com a capota de lona.
Na
imagem que segue, as abas ao lado do para-brisa podem ser removidas, mas
permitem que se trafegue em dias com chuva leve, sem molhar o condutor.
Esta
foto foi tirada, em uma parada na volta de Curitiba para São Paulo. O dia
estava chuvoso, mas não me molhava.
Como gosto de viajar a noite, os
faróis de led seguram muito bem a luminosidade, e em emergência uso os
auxiliares retangulares, que também são muito bons.